Vagando pela minha cidade natal, como forasteiro em meu próprio coração
Parasitando fragrâncias de outros, que não, as minhas, próprias
E andando em meio à multidão, pude constatar, que, sempre estive, só
Só, nunca solitário, mesmo
Até que, avistei você
Eu e minha solidão, você e a sua solidão
Ambos, eu e você, sós
Sós, nunca solitários, mesmo
Eu com você me sentia só, e você comigo se sentia, só
Sós, nunca solitários, mesmo
Sós, pois assim nos permitimos sentir, um na companhia do outro
Sós, nunca solitários, mesmo
Até que, já não era, mais, eu, ou você
Pois eu era você, e você, era eu
Sem distinção, pois, de tão sós, nos fundimos em um só corpo