A poesia surge de lugares, que você jamais gostaria de visitar. Mas que lá estive, como que um correspondente de guerras, e registrei. Tirei fotos e, colecionei: souvenirs, sorrisos e tragédias. E os enfileirei lado a lado, como quem organiza os velhos livros sobre a estante, como quem dispõe imagens e cores formando um mosaico. Registrei cada sutileza; o sorriso inocente da criança, a esperança do velho, a alegria descontente do aleijado, do mutilado, do miserável. Guardei o que sentia, bebi com pessoas sinceras, outras nem tão sinceras assim, e guardei. Guardei até onde pude, até que resolvi gritar, e então eu gritei.
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